A mídia tendenciosa e descredibilizada pode gerar conflitos revoltosos na sociedade ao invés de praticar uma utilidade pública com foco na informação de qualidade, responsável e instrutiva.
Às vésperas do feriado da Proclamação da República, na cidade de Paraopeba, Minas Gerais, um adolescente de 13 anos tirou a própria vida. O fato repercutiu na mídia regional que publicou a seguinte matéria:
Tendencioso e sensacionalista, o site chama a atenção do leitor cujo título da matéria induz que o espaço escolar é o principal nas práticas de bullying.
No primeiro parágrafo, percebe-se uma afirmação cujo principal motivo pelo ato era prática de bullying que o adolescente vinha sofrendo na escola em que estudava. O site lança a afirmação sem procurar a escola para demais esclarecimentos e tornar a matéria completa, responsável, esclarecedora e útil à sociedade.
No segundo parágrafo há relatos da família que afirma todo o transtorno ser devido a sua orientação sexual e que na escola o filho sofria rejeição. Quando o site noticia só a versão da família e não dá espaço para a escola se pronunciar, a repercussão pode gerar revolta e ameaçar principalmente estudantes que eram da mesma classe do adolescente e que não havia nenhum envolvimento nas práticas de bullying.
Moradores filmaram quando o SAMU e a polícia militar chegaram ao local. No vídeo, percebe-se uma mulher proferindo um comentário homofóbico em relação ao adolescente e a partir daí, percebe-se que o bullying, homofobia ou qualquer outra rejeição que o adolescente vinha sofrendo não se limitava somente no espaço escolar como também pela sociedade em seu entorno. Confiram o vídeo:
A fala e o gesto “aquele que tinha um jeitinho”, pode ser considerados um rótulo, um comentário homofóbico.
No último parágrafo a matéria cita a necessidade de reforçar nas escolas campanhas de combate ao bullying, diante desse trecho, vale ressaltar mais uma vez que faltou na matéria um posicionamento da escola, espaço esse que o noticiário não oportunizou. Se o espaço fosse ofertado à escola, ações ou negligências seriam relatadas, portanto não há como julgar a escola pela falta de oportunidade de se posicionar.
O Blog Atividades Itinerantes vem se posicionar do fato, pois inúmeros professores nos acessam em busca de atividades de combate ao bullying. Não falta nas escolas abordagem sobre o tema, não falta professores empenhados no que se diz respeito ao combate de qualquer tipo de violência. Percebe-se a falta de lideranças políticas empenhadas nas causas sociais, as famílias necessitam de mais orientações. É preciso um trabalho entrelaçado para que situações como esta não se repita. Torna-se importante um elo entre educação, saúde, segurança cujo intuito seja salvar vidas, instruir, acompanhar, direcionar.
Como surgiu? Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos Mike Emme cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais. A partir de 2015 cidadãos de todo Brasil, inclusive as escolas, desenvolvem campanhas de combate ao suicídio.
A prática do bullying consiste em um conjunto de violências que se repetem por algum período. Geralmente são agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam a vítima. Os danos causados pelo bullying podem ser profundos, como a depressão, distúrbios comportamentais e até o suicídio.
Importante tema para ser abordado nas aulas, o bullying vem provocando doenças terríveis na vida de crianças e adolescentes. A conscientização é necessária!