Professores,
Observe a dica: A leitura e a escrita são pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade. Tendo a escola à responsabilidade de sistematizar esses saberes, salienta-se que não é papel apenas do professor de língua portuguesa utilizar-se do texto para que haja uma aquisição significativa da linguagem. Outras disciplinas do Ensino Fundamental deveriam utilizar textos concretizados através dos gêneros disponíveis na sociedade e tipos formando conjunto com fim comum: a inserção do aluno no mundo letrado. Reconhecendo sua importância na sala de aula sugerimos que a utilização do texto aconteça com mais freqüência e que este uso possa articular-se coerentemente dentro de uma proposta interdisciplinar articulada entre as áreas de conhecimento.
PROPOSTA
DE REDAÇÃO
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TEXTO I 
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  Você estudou que a crônica é um gênero textual narrativo que tem por
  base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura
  agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se
  identifica com as ações das personagens. O texto é curto e de linguagem
  simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de
  praticamente todas as faixas etárias. 
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TEXTO II 
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Chatear
  e encher 
Um
  amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. 
Chatear
  é assim: 
Você
  telefona para um escritório qualquer na cidade. 
– Alô!
  Quer me chamar por favor o Valdemar? 
– Aqui
  não tem nenhum Valdemar. 
Daí a alguns
  minutos você liga de novo: 
– O
  Valdemar, por obséquio. 
–
  Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar. 
– Mas
  não é do número tal? 
– É,
  mas aqui não trabalha nenhum Valdemar. 
Mais
  cinco minutos, você liga o mesmo número: 
– Por
  favor, o Valdemar já chegou? 
– Vê se
  te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca
  trabalhou aqui? 
– Mas
  ele mesmo me disse que trabalhava aí. 
– Não
  chateia. 
Daí a
  dez minutos, liga de novo 
–
  Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? 
O outro
  desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. 
Até
  aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova
  ligação: 
– Alô!
  Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim? 
                  
                                                                                   Paulo Mendes Campos. 
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TEXTO III 
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1ª
  parte 
A
  moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade
  se anunciou: 
-
  A sua passagem já está paga, disse o motorista. 
-
  Paga por quem? 
-
  Esse cavalheiro aí: 
E
  apontou um mulato bem vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava com
  um sorriso junto à calçada. 
-
  É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber.  
-
  Mas já está paga... 
 Faça o favor de receber! – insistiu ela,
  estendendo o dinheiro e falando bem alto  
para
  que o homem ouvisse: - Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica
  ali me esperando, o senhor não está vendo? Por favor, faço questão que o
  senhor receba minha passagem. 
O
  motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava duas
  vezes. 
A
  moça saltou do ônibus e passou fuzilada de indignação pelo homem. 
Foi
  seguindo pela rua sem olhar para ele. 
Se
  olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos. 
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2ª
  parte 
Somente
  quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou uma
  espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se a
  bater aflita: 
-
  Abre! Abre aí! 
A
  empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em
  termos confusos, a sua aventura. 
-
  Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui! 
De
  súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora,
  no saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou enfrentá-lo 
-
  Olha ele ali! É ele, venha ver! Ainda está ali, o sem-vergonha. Mas que
  ousadia! 
Todos
  se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça. 
-
  Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo. 
-
  Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou surpreendida. 
-
  Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento. 
A
  moça só faltou morrer de vergonha: 
-
  É mesmo, é o Marcelo! Como é que não reconheci! Você me desculpe, Marcelo,
  por favor. 
No
  saguão, Marcelo torcia as mãos encabulado: 
-
  A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia. 
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Ø  Escolha
uma situação do seu dia a dia que tenha sido estranha ou engraçada e escreva
uma crônica, contando como tudo aconteceu.
Siga o roteiro: –
Pense nas personagens, ou seja, nas pessoas do seu dia a dia que farão parte da
sua história.
–
Pense em um cenário atual, de preferência da sua realidade (urbano, rural).
–
Escolha um fato simples, mas que tenha sido engraçado. Lembre-se: o
acontecimento que você presenciou é apenas uma inspiração. Você pode inventar
alguns trechos e exagerar em outros para deixar o texto com mais humor.
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